Era mais uma das manhãs frias de julho, da frespa da janela ele conseguia ver que já era dia, não sabia bem se por medo de acorda-la ou por preguiça de sair do edredom continuou debaixo dele abraçando-a e aguardando o tempo passar. Adorava ficar assim, o joelhos em sintonia o braço sobre sua cintura e ao mesmo tempo segurando a mão dela. As vezes se sentia solitário, pois sempre acordava primeiro e aproveitava o deleito daquele momento. Olhava seu cabelo negro tomando quase todo o travesseiro, espiava debaixo do edredom só para ver ela de calcinha (começa a rir quando era daquelas de bixinhos - ele adorava essas).
Podia ficar assim a manha inteira, mas ela despertou, talvez pelo cheiro que ele deu em seu cabelo, virou-se, sorriu e disse:
-Bom dia - com olhos ainda meio entre abertos, mas disse.
Ele sorriu e deu-lhe um beijo, isso bastou.
Conversaram um pouco, abriram a janela e viram o sol lindo em meio a neblina nas montanhas mineiras.
No ato dela se levantar e abrir a janela ele não pôde deixar de reparar naquele corpo maravilho, os seios, a cintura, o pescoço... ela como quem flagra o olha, virou-se para ele e deu uma risada. Foi praticamente um consentimento. Ele levantou-se pegou aquele vinil da Billy Holiday sorriu no primeiro choro do trompete e voltou para cama, deu-lhe um beijo puxou o edredom... e só sairiam dali depois de um bom tempo, talvez quando sentissem fome ou sede, sei lá...
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